quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O Poder do círculo

O círculo é o símbolo do Sagrado, da Unidade.
As mandalas são uma forma de apresentação da força circular muito utilizada há milênios, principalmento no Oriente.
As formas mandalícas são encontradas em toda natureza, dizem os sábios que esta forma representa a impressão digital de Deus em nós e na natureza como um todo.



Os budistas constróem mandalas de areia e arroz que após serem finalizadas com tamanha dedicação e precisão são desfeitas trabalhando assim o desapego.



Nas práticas religiosas da antiga religião as mandalas também são eram utilizadas através de rituais onde eram construídas ou mesmo nas reuniões das sacerdotisas, que se reuniam sempre em círculo mostrando assim uma lineadade e não uma hierarquia. Também em seus rituais de dança e canto, sempre em círculo e em volta da fogueira.
Foto Kelly Stein
Nesses rituais toda a energia trabalhada ficava dentro do círculo e nele era compartilhada.
Essas práticas e rituais em círculo tem sido retomada em várias partes do mundo e principalmente em eventos de cura, práticas xamânicas e do Sagrado Feminino.
É interessante sempre que for fazer alguma reunião, mesmo que informal com amiga(o)s se reunir em círculo aproveitando a energia que se constrói a partir de uma simples forma de se organizar.
E que se manifeste cada vez mais a potência circular em nossas vidas.

Oficina Terapêutica de Mandalas




Venham participar desta oficina terapêutica que busca trabalhar o conhecimento interno através da confecção de mandalas e da meditação.
A Mandala é um instrumento fabuloso para aprofundarmos em nossas estruturas internas, organizarmos nossos pensamentos, nos pacificar, nos conhecer e também uma poderosa ferramenta de mudança.

Nossa Oficina tem o intuito de dar o primeiro passo para que você possa acessar esse conhecimento e através dele promover uma melhor qualidade de vida, além do prazer ao explorar uma ferramenta de expansão criativa.

Reserve já sua vaga pelo telefone (16) 9-9619-4043

Dia 20/02
Horário: 14 horas
Local: Ilumina
Av. Feijó, 1390
Entre as Ruas 11 e 12
Araraquara - SP

Valor da troca amorosa: R$ 30,00

Facilitadora: Giovana Affonso
Psicóloga Clínica e Doula






As representações psíquicas através das Mandalas segundo Jung




Os estudos de Jung sobre as mandalas, nos faz entrar em contato com o universo psíquico projetado nos desenhos. Segundo Jung, as mandalas oferecem toda uma gama de simbologias que estão ligadas diretamente com os processos da fantasia, dos desejos, das motivações do inconsciente do indivíduo que a representa. Toda essa representação de conteúdos internos, é fundamental para que o indivíduo consiga visualizar aquilo que o toma diariamente, por mecanismos de atuação condicionada e automática. Possibilitar ao indivíduo a visualização dos processos internos, dá a ele a possibilidade de fazer o devido manuseio diante das revelações que os simbolismos da mandala lhe revela. Assim, a atuação do Arte terapeuta assume a função de mediação no processo de transcendência para a individuação dos temas.
Jung também pontua que percebeu nos orientais que desenhavam mandalas, uma motivação pelo "encontro com Deus", com o "Divino". Essa característica de centralização que a mandala oferece, pode explicar o movimento que os orientais fazem ao elaborar suas mandalas. O encontro com o centro, com o Self, é o Verdadeiro Encontro com a própria Essência: é a visualização do que temos por Dentro, aquilo que não conseguimos enxergar olhando fisicamente para nós mesmos. Nossa expressividade na mandala, nos mostra nossa Essência, nosso ponto de ligação com o Poder Maior que nos vivifica, com as estruturas que nos compõe como indivíduos e também das estruturas que nos compõem como seres sociais. Essas três estruturas propostas por Jung, são exemplificadas no desenho:


A estrutura psíquica segundo JUNG - Representação: Arthur Fernando Drischel.
Proibida Reprodução - Lei de Direitos Autorais.


  • Si mesmo é a representação da Essência (Self) e da nossa ligação com o Pode Maior que nos vivifica; 
  • Inconsciente pessoal é a representação das nossas vivências como indivíduo, nossa estrutura psíquica de interações com o Self;
  • Inconsciente coletivo é a representação das nossas vivências gregárias e das nossas memórias ancestrais.
Ainda seguindo as proposições de Jung a respeito da mandala, segue-se uma função indiscutível que a mandala oferece ao indivíduo: dar a noção de que toda a representação da psique na estrutura mandálica, pressupõe um CENTRO. O CENTRO pressuposto na representação da mandala é exatamente o que Jung chama de SI MESMO. O Si Mesmo então, precisa ser melhor esclarecido, para que não se confunda com o egocentrismo. O egocentrismo é quando a consciência do indivíduo está centrada nas vontades e desejos do EGO, e não nas missões e evolutividades propostas pelo núcleo da Essência do Si Mesmo. Existe uma diferença enorme entre estar egocentrado e centrado em Sí Mesmo. A diferença é a atitude. O Ego é uma estrutura que deve servir de FERRAMENTA para a constituição de elementos da personalidade, e não deve ser usado como GUIA de conduta. O EGO não tem ligação direta com o Poder Maior que o Si Mesmo tem, portanto, os conteúdos representados pelo Ego serão mais baseados em necessidades HUMANAS do que as ESPIRITUAIS. As necessidades Espirituais sim, são representadas pelo Si Mesmo, por estarem ligadas a um Poder Maior de Sabedoria, e são elas que mostram nossa missão e sentido de existência (da Sabedoria Espiritual que a vivifica). O contato com essa missão e sentido é que favorecem a saúde psíquica como um todo, pois, a harmonização da consciência com os Verdadeiros objetivos a que ela precisa operar, é que a tornam digna de ser usada saudavelmente em prol da evolutividade do ser mandálico em equilíbrio para sí e para a sociedade onde convive.




Fonte:

JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. – Petrópolis : Vozes, 2000. Cap. XII - O simbolismo das mandalas.

Jung e as Mandalas





Carl Gustav Jung estudou a mandala e a utilizou em seu consultório. Constatou que seus pacientes melhoravam ou relaxavam com o uso da mesma. Ele dizia que as mandalas poderiam trabalhar a Psique, atuando no processo de autoconhecimento do cliente.

Ele  descobriu que as mandalas expressavam conteúdos interiores do ser humano. No seu estudo das manifestações do inconsciente, seus pacientes produziam de forma espontânea desenhos de mandalas, sem saber o que ela é ou o que estavam fazendo. Ele dizia que isso tende a acontecer com pessoas que progridem no seu processo de autoconhecimento e individuação.

Ficou muito interessado no símbolo mandálico taoísta chamado A Flor de Ouro, dizia que era um material trazido frequentemente por seus pacientes.

A Flor de Ouro é desenhada tanto como um ornamento geométrico regular, ou de cima, ou um borrão crescendo de uma planta. A planta com freqüência nasce da escuridão, possui cores ardentes e tem um botão de luz no topo.

Jung publicou um livro chamado O Segredo da Flor de Ouro (baixe aqui o livro em pdf, junto com Richard Wilhelm

 


Quando começou a  estudar as mandalas e sua manifestação no mundo oriental como instrumento de culto e de meditação, passou a desenhá-las.  Observando-as no mundo ocidental, descobriu o efeito de auto-cura que elas exerciam, inclusive em si mesmo.

Em seguida, passou a utilizá-las como método psicoterapêutico. E conclui que esses círculos mágicos da tradição cultural oriental, hinduísta ou budista, eram representações instintivas de um símbolo universal desenhadas desde os primórdios da humanidade.

A mandala nas tradições culturais hinduísta e budista-tibetana, aparece como instrumento de concentração mental.  O termo mandala, em sânscrito, indica “círculo” e ocorre para designar, de maneira genérica, uma figura circular, esférica, o círculo em um quadrado e vice-versa.  Foi Jung que introduziu o conceito de mandala na psicologia analítica.

Portanto, as mandalas podem expressar um potencial para a totalidade, como procede nas tradições religiosas hinduísta e budista-tibetana, podem ser empregadas como instrumento de concentração e como um meio para unir a consciência individual com o centro da personalidade.

Mandala na tradição hinduísta
A mandala tradicional hinduísta faz parte do ritual de orientação e do espaço sagrado central, que são: o altar e o templo. Ela é a passagem de um estado para outro, ou seja, do material ao espiritual. Seu centro é uma entidade; sua periferia é a perfeição. É um instrumento visual para a concentração ou meditação  que conduz à realização das formas sobrenaturais que se encontram na mandala.

Mandala na tradição budista
Essas figurações concêntricas das mandalas são imagens dos dois aspectos que são complementares e idênticos à realidade: o aspecto da razão original, que é inata nos seres humanos (e que utiliza imagens e idéias do Mundo material, ilusório) e o aspecto do conhecimento terminal produzido pelos exercícios físicos e mentais que são adquiridos pelos Budas (Iluminados) e que se fundem uns com os outros, na intuição do estado da mais alta felicidade possível, chamado Nirvana.Admite-se que esse estado mental é de grande liberdade e espontaneidade interior em que a mente humana goza de tranqüilidade suprema, pureza e estabilidade.

Mandala na tradição tibetana
Jung descobriu que as mandalas na tradição budista tibetana derivam do conhecimento religioso dos lamas. Essa expressão, lama, significa guru, na tradição hinduísta, mestre. Nesse sentido, os lamas consideram a verdadeira mandala uma imagem interior que, gradualmente, é construída nos momentos de equilíbrio psíquico perturbado ou quando um pensamento não pode ser encontrado e deve ser procurado, porque não está contido na doutrina sagrada.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Pintura de Barriga Grávida

Aqui vão alguns dos trabalhos que realizei de pintura de barriga grávida, algumas mandalas e bebês. Essa técnica é de pintura artística onde se pode pintar o que a gestante quiser.








informações pelo telefone 16 99619-4043


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A natureza da dependência

Após falar sobre a questão da drogadição e da dependência, lembrei desse texto que postei ano passado no meu outro blog, acho que é um texto riquíssimo e não poderia deixar de postá-lo aqui também.
Acredito que os temas discutidos tem tudo haver um com o outro. Vamos lá:




A Natureza da Dependência


Recentemente, conversei com uma amiga que teve seu primeiro bebê há seis meses. Essa amiga comentou que iria começar a dar a mamadeira para seu bebê de forma que ele pudesse ter comida sempre que desejasse. O que eu realmente pude sentir foi que ela acreditava que poderia, através disso, ensinar seu bebê a ser mais independente e que, por isso, talvez sentisse que a dependência de sua criança fosse causada por uma deficiência dela. Nota-se que minha amiga partilha das concepções erradas que existem atualmente de que a dependência é ruim e a independência é algo que pode ser ensinado. Mas aí existe um engano. A independência é uma condição que surge da própria relação da criança com a dependência.
Nós temos um preconceito cultural muito grande em relação à dependência. Qualquer emoção ou comportamento que indique fraqueza, representa dependência. Isto fica evidente na maneira como nós forçamos nossas crianças a realizarem coisas que estão além de seus limites pessoais. Com isso, estamos afirmando que os padrões externos são mais importantes que a experiência interna da criança. Fazemos isso quando desmamamos nossas crianças em vez de confiar e acreditar que elas possam fazer isso por sua própria conta e na hora certa; quando nós insistimos que nossas crianças se sentem à mesa e comam toda a comida só porque achamos que o alimento que escolhemos é mais saudável e eficiente, em vez de confiarmos que eles comerão bem comendo o que está de acordo com o apetite deles; e quando nós os treinamos para a higiene numa idade muito precoce em vez de confiar que eles aprenderão usar o banheiro quando eles estiverem neurologicamente prontos.
Quando nós, que somos pais, assumimos que sabemos o que é melhor para nossas crianças no que diz respeito à experiência interna deles, e que somos nós que temos que lhes mostrar quando e como realizar determinadas tarefas características do desenvolvimento humano básico, nós os ensinamos que os padrões externos são mais importantes e mais precisos do que os que eles sentem e pensam.
Dois estudos científicos recentes refletem este preconceito cultural que despreza a fraqueza e a dependência das crianças. Um dos estudos comparou crianças que iam ser e estavam no colo de suas mães e crianças que foram vacinadas sem a presença de suas mães. As crianças que foram vacinados na ausência de suas mães choraram muito menos. De posse desses dados, os investigadores concluíram que seria melhor que os pediatras desencorajarem a presença das mães durante vacinação porque as crianças poderiam controlar melhor suas reações às injeções na ausência delas. Obviamente, os investigadores deste estudo foram parciais no que diz respeito às expressões emocionais e acreditaram que a expressão emocional das crianças sob tensão era uma forma de fraqueza.
Minha experiência é bem diferente. Eu notei que meus quatro filhos comportam-se de formas diferentes quando nós estamos em viagens ou estamos longe de casa. Nas viagens, eles controlam bem coisas, se dão bem entre si, e aceitam horas irregulares de sono ou mudanças na alimentação, mas ao voltar para casa é que as coisas mudam. Em casa eles brigam, choram e brincam. Eu acredito que esse é um comportamento normal para pessoas de todas as idades. É comum que as pessoas se unam quando enfrentam uma situação estressante ou então, isolem-se e mesmo briguem quando estão em território seguro. Para uma criança, o território seguro é a casa, a mãe, ou o pai.
Então, era perfeitamente normal para aquelas crianças que iam ser vacinadas, chorassem sob a tensão da experiência, na presença de suas mães. A presença das mães dava-lhes liberdade e confiança para que chorassem. A conclusão deste estudo poderia ser: Que é melhor que as mães das crianças estejam presentes quando as crianças forem vacinadas. Assim elas podem controlar melhor a sua experiência de sentir medo, expressando-o.
Um estudo administrado por Margaret Burchinal da Universidade de Carolina do Norte em Chapell Hill, e publicado em fevereiro 1987 na Psychology Today, compararam crianças jovens que foram cuidadas em casa por suas mães desde o nascimento, com outras crianças que haviam ficado em creches desde a tenra infância. Este estudo concluiu que as crianças criadas fora de casa pareciam menos inseguras do que aquelas que haviam ficado em casa com suas mães. Poderíamos discutir que o que "parece" ser insegurança é uma avaliação subjetiva que não tem bases cientificas. Minha experiência diz que a insegurança é uma resposta absolutamente “apropriada” e normal. As crianças jovens são especialmente sensíveis a pessoas novas em seu ambiente, e esta sensibilidade muda na medida em que seu ambiente se altera. Por exemplo, cada um de meus filhos relaciona-se de forma diferente com estranhos. Esta diferença está diretamente ligada com quantas pessoas nós encontramos fora de nossa casa. Meu quarto filho, que cresceu fazendo contato com muitas pessoas que trabalhavam comigo na revista, às vezes parece uma criança mais segura do que minha primeira filha, que foi criada num ambiente rural, onde vivia mais isolada.
As pessoas que estudam animais lhe dirão que bebês animais, conhecidos por sua curiosidade, são mais cautelosos que curiosos. Seria a precaução ou a cautela consideradas uma forma de insegurança? Às vezes agimos como se desejássemos que nossas crianças “surgissem do útero”, completamente socializadas, e não aceitamos as experiências que elas têm com o mundo e nem suas personalidades individuais. Mas é simplesmente o passar do tempo que desenvolve a socialização. Não há como apressar isso sem causar problemas.
Quando rejeitamos as expressões de fragilidade da criança – comportamento que nós também rejeitamos em adultos - nós criamos uma guerra dentro delas. Em primeiro lugar, nós estabelecemos um padrão arbitrário de comportamento que pretende determinar o que é melhor para que eles possam construir a própria experiência. Por outro lado, nós lhes ensinamos o hábito de rejeitar respostas imediatas e afetivas em favor da razão e do intelecto.
Foi só recentemente que eu comecei a aprender a aceitar as emoções mais “frágeis” de meus filhos. Quando minha primeira filha (agora com 12 anos) era um bebê, eu ficava assustada cada vez que ela se feria. Eu corria para acudi-la porque eu achava que aquela era uma experiência terrível com qual ela não tinha condições de lidar. Minha resposta exagerada ensinou minha filha a acreditar que se ferir era uma experiência terrível e insuportável. Já com meu quarto filho eu agi diferente. Quando se fere, ele faz um tremendo barulho. Mas eu não corro ou fico em pânico. Eu não tento fixar nele idéias ou sentimentos que são meus. Ele grita e corre, e eu tive que me treinar para deixa-lo se arranjar. A aceitando sua resposta emocionalmente rica, e tratando o dano que ele sofreu com carinho e sem indiferença, observei que sua reação emocional "extrema" normalmente é curta. Quando ele pode sofrer sua realidade emocional completa, ele logo fica livre para abandona-lá e entrar em contato com outras realidades que vão surgindo nos momentos seguintes.
Certamente, algum controle de nossos impulsos internos é necessário na medida em que vivemos como seres sociais. É através desse tipo de controle que nós aprendemos o que é um comportamento socialmente aceitável, como por exemplo usar um banheiro, comer com uma colher, e vestir determinadas roupas. Mas quando este controle da experiência interna pelo intelecto torna-se moralista em vez de ser socializada e prática, quando fica muito extremada, ou quando nós insistimos constantemente em fazer nossos filhos a acreditar que nós sabemos o que é melhor para eles, nós lhes roubamos o direito inato e essencial da auto-regulação.
A criança que cresce com essa falta de senso de auto-regulação, desconfiada de si própria e de sua própria experiência interna, pode se tornar um adulto vitimado por hábitos ruins. Quando eu olho à minha volta e vejo a maioria das pessoas lutando com comportamentos compulsivos - comendo demais, sendo excessivamente responsáveis, fumando cigarros, tomando drogas, se matando de trabalhar, se embebedando com álcool ou que vivem em busca de um guru - tentando de algum modo achar a perfeição fora de si próprio ou tentando se esforçar obsessivamente para encontrar a “perfeição”. Eu acredito que estas compulsões e hábitos têm suas origens nas repressões aparentemente bem planejadas da infância. Uma criança a quem é ensinado exercitar o controle se utilizando de padrões externos, cria uma divisão interna que gera conflitos entre o que é imediatamente experimentado e o que se supõe que poderia ser. Aprende a acreditar que há um modo perfeito de ser.
Nossa função como pais, é entender e honrar a natureza de dependência na criança. Dependência, insegurança e fraqueza são estados naturais para a criança. A bem da verdade, estes são estados naturais para todos nós, mas para as crianças - as crianças especialmente jovens - são condições predominantes. E eles serão superados. Da mesma maneira que nós deixamos de engatinhar e começamos a andar, deixamos de balbuciar e começamos a falar, passamos da condição assexuada da infância para a sexualidade da adolescência, nós atingimos nosso fins. Como humanos, nós nos movemos da fraqueza para a força. Nós passamos da incerteza ao domínio. Enquanto nós nos recusarmos a reconhecer as fases que vem antes do domínio, estaremos ensinamos para nossas crianças a odiar e desconfiar de sua própria fraqueza, e os introduzimos numa vida cheia de tentativas de reintegrar as suas personalidades.
Eu não posso deixar de insistir na importância de confiar em nossos filhos; de confiar inteiramente neles. Ao aceitarmos as fraquezas deles como também as suas forças, suas emoções feias como também as suas emoções bonitas, os seus desastres, como também os seus triunfos, a dependência deles como também a sua independência, estaremos lhes dando um presente para uma vida inteira. Eles serão pessoas inteiras que não estarão em conflito consigo mesmo e, o que é mais importante, não estarão em guerra com outros.
É da natureza da criança ser dependente, e é da natureza da dependência ser superada. Odiar a dependência porque ela não é independência é o mesmo que odiar o inverno porque ele não é a primavera. A dependência vai florescer em independência a seu próprio tempo.


Texto de Peggy O'Mara, Editora da revista Mothering (Maternagem)
www.mothering.com
Tradução de Mario Quilici, psicanalista




Permitida a divulgação e veiculação, desde que citada a fonte: http://www.slingando.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Medo que paralisa!


O medo é um dos sentimentos mais paralisantes, na minha opinião!
O medo imposto na infância pode causar muitos problemas na vida adulta.
Eu por exemplo: sempre tive medo de tudo, na verdade o nomeava como vergonha, mas hoje em dia depois de muita terapia, vejo e consigo reconhecer que o que me paralisou a vida toda foi medo. 
Tinha medo de me relacionar com as pessoas, tinha medo de falar em público, de me expor, de mudar, de inovar, de explorar, descobrir as coisas, enfim...
Muito do que agora consigo fazer sem dar voz ao medo que se camufla dentro de mim, foi vendo o que está acontecendo na realidade.Os fatos e sentimentos reais muitas vezes estão encobertos por outros criados por nossa fabulosa mente. O real é bem mais simples!
Vou dar um exemplo: 
Quantas vezes não nos pegamos pensando em coisas que nos afligem, vemos mil e uma possibilidades de dar errado e no final das contas quase sempre acontece diferente daquilo que pensamos, ou seja, gastamos tempo mental, tempo real em coisas que só na nossa cabeça acontecem. 
Pois é, mas enquanto isso a vida se esvai, dando pinotes para o futuro que ninguém tem a certeza de chegar.
O hoje apesar de curto é a única certeza que temos, o passado não se pode mais mudar e o amanhã...ahhhh o amanhã, esperamos que chegue!
O medo as vezes nos protege, mas na maioria das situações nos impede de desfrutar o que de melhor temos em nossas vidas, o agora, o real, o presente!

Vamos pensar a respeito?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Preciso de psicoterapia?


Falar que a pessoa precisa de psicoterapia não necessariamente significa que ela tem algum comprometimento psicológico. Fazer psicoterapia na maioria das vezes auxilia a pessoa a lidar com o que a está incomodando no momento, além de aprendermos a nos olhar de perto.
Uma outra análise da situação problema, isenta de envolvimento emocional, neutra, pode dar a pessoa a alternativa que ela precisa para sair de um aparente buraco ou beco sem saída.
Existem diversas linhas de psicoterapia, cada uma com seu foco de atuação, umas mais longas, outras trabalhando com as chamadas crises e tendo início, meio e fim pré determinados. Posso dizer que são uma infinidade, tem psicoterapeuta para todos os gostos e demandas. Mas o que importa aqui não é dizer qual é a melhor ou pior linha e sim que é preciso buscar um profissional com o qual você se sinta à vontade. Isso sim é fundamental, um profissional humano, que te acolha em sua fragilidade, seus medos e angustias. No mais o processo é seu, seu caminho, suas escolhas.
Na psicoterapia você terá um espaço onde poderá testar ser diferente do que normalmente é, sem pressa, sem pressões, sem julgamentos, no seu ritmo...
Deu certo um passo, siga em frente, bateu insegurança, retorne, mas tenha em mente que nesse lugar você que dá as cartas.

Vamos falar mais sobre psicoterapia adiante...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Mudanças

Já conheci muitas pessoas que dizem: "sou assim, não vou mudar", o fato é que as mudanças fazem parte do desenvolvimento do ser humano.
Desde que o pequeno serzinho começa a se desenvolver na barriga de sua mãe, o que chama a atenção é a velocidade com que ele se transforma, muda, cresce e se fortalece.
É inerente ao ser humano avançar, crescer, transpor obstáculos, sempre saindo de uma condição mais frágil e simples para uma mais complexa e forte. Sim, e essas mudanças nos acompanharão por toda a vida, uns mais intensamente, outros nem tanto, mas sempre mudaremos de alguma forma.
Mas porque será que algumas tem tantas dificuldades quanto a isso?
Para dar lugar ao novo você tem que se mexer, tem que perder algo "velho", familiar, para dar lugar a algo novo e totalmente estranho. Isso gera medo, desconforto, a principio, mas se damos lugar a esse novo tudo pode ser melhor ou ao menos é uma nova possibilidade.
Da mesma forma que um bebê ganha autonomia a cada fase que ultrapassa, o jovem, adulto e idoso ganha alguma coisa com as mudanças em sua fase especifica de desenvolvimento, nunca são só perdas.
Pensando nos ganhos que a maternidade me proporcionou e na força que vejo nascer em mim a cada dia, é que resolvi escrever esse primeiro post sobre esse tema.
É por conta dessas mudanças que agora retomo meu trabalho, é através delas que sinto vontade de seguir em frente desbravando caminhos, essa energia é saúde, é vida!
Muitas mudanças desejo a todos nós! Que possamos sair da estagnação, da paralização, do adormecimento.
Ter um Insight é um bom começo!

Pense nisso!